quarta-feira, 1 de junho de 2011

Calçando as Botas


É certo que uma viagem não começa quando colocamos nossos pés na estrada, ela nasce de um impulso, esses que temos muitas das vezes quando estamos “distraídos”, jogando conversa fora com um amigo ou mirando o teto de nossa sala deitado ao sofá, se ela depois irá se concretizar, aí são outros quinhentos; digo isso porque temos a tendência de inventarmos mil projetos pra nossas vidas já tão atarefadas, mas que no fundo e na maioria das vezes acabam não saindo do plano de nossos devaneios. O porquê desse nosso comportamento: acho que está bem claro para nós o quão somos acomodados para algumas atividades nos dias de hoje, atividades essas que nos faça sair de nossa zona de conforto. Explicações e desculpas temos as pencas para essa letargia mental, que acaba gerando indisposição física, podemos começar pelo clássico: falta de tempo ou falta de grana, passando por filhos, compromissos de trabalho etc. quando o que temos na maioria das vezes é um apego enorme a nossa rotina e nosso “bendito” conforto, ah por falar em conforto lembrei Gibran: “Faz pouco do vosso bom senso e o deposita sobre o algodão, como um frágil vaso...Na verdade, o desejo de conforto mata a paixão da alma, e depois vai sorrindo ao funeral”, sábias as palavras Khalil! Quantas vezes pensamos em talvez não irmos ao cinema que estava em nossa programação e depois de enxotarmos a preguiça acabamos por assistir a um filme que virá a nos contagiar por semanas, e depois nos perguntamos: veja só o que teria perdido se acabasse acatando a sugestão daquele lado indolente de minha mente, que me dizia: não vá! Este é o ponto, é nessa sombra que devemos lançar luz, não só para colocarmos em ação uma pequena e despretensiosa aventura como a nossa – que acabou se tornando uma linda experiência - mas para todos os desafios e oportunidades que a vida nos apresenta e acabamos por tratá-las até com certo desdém e fazendo isso deixamos de fazer sabe lá que boas conexões com a Vida. Quando a relação imagem/ação é levada a cabo, muitas coisas maravilhosas se processam em nós, mesmo que num primeiro momento pareçam insignificantes para nossa ainda limitada consciência, então amigos; calcemos as botas.

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